Somos um país pequeno em dimensão, mas quando falamos em tradições tomamos a dimensão de um continente (risos). Sim, além de muitas, Portugal tem uma diversidade gigantesca de tradições. E gostos à parte, são do melhor que temos, tanto para os que cá vivem, como para os que nos visitam.

As memórias

Mesmo sendo transmontana, o mundo dos touros não me é de todo estranho. Ainda era criança de colo e já ia a corridas de touros em família, à Praça de Touros da Póvoa de Varzim. Claro está que na altura nem sabia bem ao que ia (risos).

A praia da Póvoa de Varzim era a praia que já os avós paternos frequentavam. Portanto, os meus  primeiros verões foram por lá. Eram dias vividos intensamente em família – avós, filhos e netos -. E era também num desses dias, geralmente nos meados de agosto, entre o 15 e o 20 que se dava uma das corridas de touros mais ‘concorridas’ da época. Praça cheia!

Não tenho memórias da altura em que era criança de colo (mas tenho fotos, risos). No entanto, lembro-me de ir já com uns 10 anos de idade e ficar agitadíssima com toda aquela cor, gente, sons, movimento e emoção em volta da corrida. Uma tarde intensa, vivida ao máximo. E ao máximo também iam as emoções quando cada touro entrava em praça.

A largada

Em time off foi altura de ir próximo dos touros, mas numa outra versão, na versão largada. Estava uma manhã ótima, a cidade estava repleta de gente, tudo numa grande aceleração, e vivia-se e via-se festa em cada rua, em cada casa, em cada pessoa. As ruas estavam delimitadas por barreiras alusivas aos touros e à festa brava. Viam-se pessoas em todo o lado: estavam à janela, nas varandas, penduradas nas barreiras, e em cima de árvores e postes de eletricidade.

Ainda antes de terem sido largados os touros já se sentia emoção, muita emoção! A largada inicia-se, e homens (maioritariamente jovens) provocam a investida do touro com panos, peças de roupa, guarda-chuvas, cartões, caixotes de papelão e bidões. E eu, juntamente com grande parte da multidão assistimos como se também estivéssemos lá. Haja costumes, haja bravura, haja emoção e haja Portugal! (risos)

 

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